A vacina meningocócica conjugada quadrivalente ACWY previne contra meningites e doenças meningocócicas causadas pela bactéria meningococo dos sorogrupos A, C, W e Y, daí o nome. Essa meningite meningocócica, por sua vez, é uma forma grave de meningite bacteriana causada pela bactéria Neisseria meningitidis, ou meningococo, e é altamente contagiosa. Além disso, essa doença é de rápida evolução, havendo grandes taxas de sequelas e mortes e podendo afetar qualquer faixa etária. Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), 90% dos casos de meningite bacteriana são causados por meningococo e apenas um a cada cinco indivíduos com doença meningocócica morre, mesmo com o tratamento adequado, destacando a importância da prevenção por meio da vacinação. Dessa forma, a meningite bacteriana é o tipo mais grave da doença e é geralmente transmitido de pessoa para pessoa por meio do contato direto com a saliva do portador da bactéria, normalmente através de tosse, espirro, fala e beijo. No Brasil, a meningite é considerada uma doença com casos esperados ao longo de todo o ano, mas a bacteriana, especificamente, é mais comum entre abril e setembro (entre o outono e o inverno). Assim, essa bactéria causadora da meningite meningocócica se espalha pela corrente sanguínea após uma infecção no trato respiratório. Essa perigosa doença é mais presente, geralmente, em adolescentes e jovens adultos, que normalmente estão em situações mais propensas à contaminação. Os sintomas, em bebês com menos de 1 ano, podem ser de moleira tensa ou elevada, irritabilidade, inquietação, choro agudo e persistente e rigidez corporal, com ou sem convulsões. Já as crianças com mais de 1 ano e os adultos, podem apresentar sintomas como febre alta com início súbito, dor de cabeça intensa e contínua, vômitos em jato, náuseas, rigidez de nuca e pequenas manchas vermelhas na pele. Em casos mais graves e fatais, o aumento da pressão intracraniana (PIC) está presente.
QUAIS SÃO AS MENINGITES MENINGOCÓCICAS MAIS COMUNS NO BRASIL?
O tipo mais comum de meningite meningocócica no Brasil é a C, que representava, em 2010, mais de 80% dos casos no país. Contudo, no mesmo ano, a vacina passou a ser oferecida gratuitamente para menores de 5 anos, assim, desde, então, o número de casos da doença em menores de 2 anos caiu 70% e a participação do tipo C passou a representar 59% do total. Com a redução desse tipo, o B passou a prevalecer proporcionalmente em algumas faixas etárias, sendo responsável por 60% dos casos entre menores de 5 anos. Outro meningococo é o W, que vem ganhando força na América Latina e outras localidades, principalmente no Chile e na Argentina, que, apesar de ser menos frequente no Brasil, está crescendo e é responsável por 43% dos casos em Santa Catarina.
PARA QUEM É INDICADA A VACINA?
A vacina meningocócica ACWY é indicada para crianças a partir de 2 meses, adolescentes, adultos e idosos com condições que aumentem o risco para a doença meningocócica ou dependendo da situação epidemiológica e para viajantes cujo destino seja à regiões onde há risco aumentado da doença. Contudo, a vacina não é indicada para pessoas com histórico de anafilaxia após o uso de algum componente da vacina ou anafilaxia após dose anterior. Além disso, é recomendado, para pacientes que estejam com febre no dia da aplicação, que adiem a vacinação. No caso de gestantes, por ser uma vacina inativada, a imunização não apresenta risco de complicações, nem para a mãe, nem para o feto. Entretanto, só é recomendada durante a gestação em situações específicas.
QUANDO E QUANTAS DOSES TOMAR?
Para as crianças, a vacinação contra meningites ACWY deve ser iniciada aos 3 meses de idade, com duas doses aos 3 e 5 meses, além de reforços aos 12 meses, 5 anos e 11 anos. Já os adolescentes que não receberam a vacina devem tomar suas doses em um intervalo de 5 anos. No caso dos adultos que ainda não foram imunizados, eles devem tomar dose única.
DO QUE É FEITA A VACINA ACWY?
É importante se informar sobre a composição da vacina, caso haja alguma alergia.
Por ser inativada, a vacina ACWY não apresenta risco de provocar a doença. Ela é composta por um antígeno formado por oligossacarídeos dos sorogrupos A, C, W e Y conjugados a uma proteína, podendo ser toxóide tetânico, toxóide diftérico ou mutante atóxico da toxina diftérica (CRM-197). Além disso, sua composição pode apresentar também fosfato de potássico diidrogenado, cloreto de sódio, fosfato de sódio diidrogenado momoidratado, fosfato dissódico hidrogenado diidratado e água para injeção.
A VACINA PODE CAUSAR REAÇÕES?
A vacina meningocócica, na maioria dos casos, não causa reações ou efeitos após a aplicação, porém, caso isso ocorra, elas tendem a desaparecer em até 72 horas. Entre as ocorrências mais comuns, que representam até 10 % dos casos, estão incluídos inchaço, dor e vermelhidão no local da aplicação, perda de apetite, irritabilidade, sonolência, dor de cabeça, febre, calafrios, cansaço e dor muscular. Além desses eventos, menos frequentemente, em entre 1 e 10% dos casos, apresentam-se sintomas gastrintestinais, principalmente diarreia e náusea, hematoma grande no local da aplicação, erupções na pele e dor nas articulações. Em raras situações, em menos de 1% dos casos, a vacina pode causar insônia, choro persistente, sensibilidade diminuída da pele no local da aplicação, vertigem, coceira, dor muscular e dor nas mãos e pés. Outra reação bastante incomum da aplicação da vacina é o inchaço no membro onde a vacina é aplicada, geralmente apresentando também vermelhidão, algumas vezes envolvendo articulação próxima ou inchaço de todo membro.
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